Em Baixa Grande do Ribeiro chuva piora condição da PI-392
A PI-392, principal via de escoamento de tudo que é produzido nos municípios do Cerrado piauiense, tem seu pior trecho logo após a cidade de Baixa Grande do Ribeiro, a 680 km de Teresina. Produtores e caminhoneiros reclamam e, para quem já ficou dias parado na estrada com o caminhão quebrado, a situação é definida em uma palavra: "inferno".
Marcílio Lima Silva caiu com seu caminhão em um buraco da rodovia estadual e passou quatro dias na estrada esperando socorro.
Se o inferno existe, é aqui. Essa é pior estrada do Piauí, sempre fica assim nesse período e se você andar por aqui, em algum momento vai encontrar caminhoneiro até passando fome, porque está com o carro quebrado há quatro ou cinco dias e não consegue sair, conta.
Aqui estoura o pneu, o carro atola. Perdemos um ou dois dias com esse problema, diz o caminhoneiro Carlos Luis.
Levei quase 2 horas para percorrer 27 km e a estrada quebra o caminhão, judia muito, tem que estar trocando peças e fazendo manutenção sempre?, conta outro trabalhador.
José Vandson Farias relata outro problema: o perigo à vida. Aqui é muito perigoso, se você não conhece as descidas, é pedir pra morrer. Nesse período de chuvas não dá pra viajar, não, revela.
Prejuízo para a economia
Com todos os problemas, o escoamento dos grãos produzidos na região fica prejudicado e o impacto é sentido por todos, desde produtores até o consumidor final.
É inadmissível isso, usamos essa estrada pelo menos três vezes por dia. Sei que aqui já foi licitado, já fizeram terraplanagem, ficaram seis meses em 4 km da rodovia e quando chegaram no pior trecho, foram embora?, contou José Carlos Cassandro, produtor de soja na região há 10 anos.
Para o presidente da associação dos produtores de soja do Piauí, Alzir Neto, a solução poderia vir de uma parceria público-privada.
Não adianta nada nós investirmos, cuidarmos da lavoura, se não conseguimos escoar a produção, porque perdemos muito nas estradas. E assim perde toda a cadeia produtiva, porque chega mais caro o preço do alimento para o consumidor. A solução tem que ser da iniciativa privada com o poder público. Temos boas experiências, a energia para cá veio assim. A região tem crescido e tem potencial, mas o governo precisa dar auxílio, diz.